quinta-feira, 12 de maio de 2016

[ENTREVISTA] SESA HOMENAGEIA O DIA DA ENFERMAGEM




Em Homenagem a passagem ao dia da enfermagem e do enfermeiro, comemorado no dia 12 de maio, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) quis ouvir as histórias de três profissionais que amam o que fazem e ajudam a construir uma saúde mais humanizada.
Esses três colaboradores representam os milhares de enfermeiros espalhados por todo o Amapá, que para muitos pacientes são bem mais que enfermeiros; são mães, pais, filhos, assistentes sociais, psicólogos e as vezes a única pessoa com quem  se pode contar em momentos mais difíceis de suas  vidas.





Waldir Bittencourt
Apesar de jovem na idade e na profissão, Waldir Bittencourt, 27 anos, há seis na enfermagem, possui uma responsabilidade grande. Ele é diretor da Unidade de Pronto Atendimento da Zona Norte (UPA/ZN). Com fluxo médio de 200 atendimentos diários, a UPA/ZN tem papel fundamental no atendimento de urgência e emergência daquela região ajudando a desafogar o Hospital de Emergência.
Waldir mesmo estando como diretor da UPA, continua mantendo sua escala de trabalho no Hospital da Mulher Mãe Luzia, pois  afirma que um cargo é temporário e ser enfermeiro é para a vida toda.


O que é a enfermagem para você?
“A enfermagem é uma arte que cuida das pessoas e tem como prioridade o ser humano. Podemos ver um hospital funcionando sem um médico de uma área específica, mas nunca sem enfermagem porque ela é a maior força e indispensável ao serviço de saúde. É um ofício do qual tenho muito orgulho e me satisfaz, é parte da minha vida, me faz sentir mais útil no mundo. Entendo hoje que não estamos aqui a passeio, temos a missão de cuidar do ser humano quando ele mais precisa no momento de extrema dor”.


O que faz de alguém um bom enfermeiro?
“Um bom enfermeiro á aquele que interage com a equipe multidisciplinar, e é respeitado pela população mostrando seu valor mesmo nos períodos de dificuldades mesmo diante das crises. Lembrando que a enfermagem surgiu em período de guerra, por isso a enfermagem precisa lhe dar com conflitos, dentro de um sistema de saúde que todos nós sabemos que tem suas debilidades, mas também tem suas soluções. Cabe sempre a nós enfermeiros buscar essas soluções e, quando elas não aparecem, lutar por elas”.


Qual momento na enfermagem você não esquece?
“Lembro de uma situação que estávamos em um município do interior do Estado bem distante, e uma criança precisava de uma transfusão de sangue do tipo A+, o mesmo tipo do meu. Era um caso grave, que não havia tempo de vir até a capital, e acabou que a criança recebeu o meu sangue e ela foi salva graças aquele gesto. Isso me marcou para resto da minha vida e me fez entender que estamos aqui com uma missão, um dever de cuidar das pessoas, independente da raça, condição social, sexo ou qualquer coisa, apenas cuidar do ser humano como missão e dever”.



Ronaldo Sarges
Uma história de 19 anos de  dedicação a profissão, hoje como enfermeiro obstetra, Ronaldo Sarges, que atua no Hospital da Mulher Mãe Luzia,  relatou sua paixão pelo ato de cuidar, e afirma que a enfermagem é tudo que sempre desejou em desenvolver pelo ser humano. Seguir esta profissão é olhar as pessoas como pessoas.

O que é enfermagem para você?
"É a minha profissão, eu sou apaixonado pelo que eu faço. Ser enfermeiro e particularmente ser enfermeiro obstetra é a essência de tudo, pois trabalhar com a obstetrícia, é trabalhar com o parto, com o nascimento. Fazer com que a mulher no momento do nascimento,  ela esteja livre e segura, para dá a luz a uma nova vida.


O que faz de alguém um bom enfermeiro?
"Acho que qualquer profissão precisa ter vocação. Se você exerce uma profissão sem ter paixão por ela, seja qual for a profissão, você não vai ter êxito, vai ser um profissional que não se destaca. O profissional tem que ter vocação, sabe o que ele ta fazendo, logo o sucesso vem até ele. Eu não vou fazer uma profissão sem atingir o sucesso, então você tem que amar, gostar do que faz, porque  o sucesso e o reconhecimento vem de tabela".

Qual momento da enfermagem você não esquece?
"Na verdade não existe um só momento, pois lidamos com vida o tempo todo, para mim, todo momento é valioso, principalmente quando nasce uma criança saudável, sem risco de morte. Isso me motiva e faz a diferença no meu trabalho"





Elizabeth Amaral

A enfermeira Elizabeth Amaral, coordenadora de enfermagem do Hospital de Clínicas Alberto Lima tem 27 anos de trabalhos dedicados ao Amapá.  Quando chegou as terras Tucujus em meados de 1997 para trabalhar na extinta ICOMI, não imaginava o longo caminho que iria percorrer nos maiores hospitais Estado. Já foi coordenadora no Hospital de Emergência por duas vezes, no Hospital da Criança e do Adolescente, e agora contribui com sua experiência chefiando a equipe do maior Hospital do Estado, o HCAL.

O que é ser enfermeira para você?
“A enfermagem para mim significa muito, porque é uma profissão que lida com a qualidade de vida da família, da população e não somente com a doença. A enfermagem atua na prevenção, na promoção e na assistência. É uma profissão que eu gosto muito.

O que faz de alguém um bom enfermeiro?
Você tem que gostar daquilo que faz porque lidamos com idoso, com criança, e com doenças. Quando dou aula, pergunto aos meus alunos de enfermagem: Porque vocês estão aqui? Porque o campo de atuação é amplo? Isso não basta!
Há duas formas de atuação na enfermagem: Por amor e com amor.
Quando você diz que vai atuar por amor ao ser humano, você vai prestar uma assistência com amor, aquela pessoa que está precisando de você receberá esse sentimento e se sentirá melhor.

Qual momento na enfermagem você não esquece?
“Teve um dia em que fui à missa, e  na hora em que os fiéis cumprimentam uns aos outros, na “Paz do Senhor”, uma senhora que eu não conhecia veio me cumprimentar e disse: [a senhora não se lembra de mim, mas eu lembro muito bem de você. Quando a senhora trabalhava no Pronto Socorro e meu filho estava internado na UTI, você fez de tudo para salvá-lo. Eu perdi meu filho, mas eu me lembro que a senhora não poupou esforços para salvar a vida dele]. Isso me marcou demais e tenho muito orgulho de ter feito tudo o que pude para salvar, não só a vida daquele rapaz, mas de todos os pacientes que atendo, sempre com amor”.

Parabéns a todos os Enfermeiros do Amapá.