Em Homenagem a passagem ao dia da enfermagem e do
enfermeiro, comemorado no dia 12 de maio, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa)
quis ouvir as histórias de três profissionais que amam o que fazem e ajudam a
construir uma saúde mais humanizada.
Esses três colaboradores representam os milhares de
enfermeiros espalhados por todo o Amapá, que para muitos pacientes são bem mais
que enfermeiros; são mães, pais, filhos, assistentes sociais, psicólogos e as
vezes a única pessoa com quem se pode
contar em momentos mais difíceis de suas vidas.
Waldir
Bittencourt
Apesar de jovem na idade e na profissão, Waldir
Bittencourt, 27 anos, há seis na enfermagem, possui uma responsabilidade grande.
Ele é diretor da Unidade de Pronto Atendimento da Zona Norte (UPA/ZN). Com
fluxo médio de 200 atendimentos diários, a UPA/ZN tem papel fundamental no
atendimento de urgência e emergência daquela região ajudando a desafogar o
Hospital de Emergência.
Waldir mesmo estando como diretor da UPA, continua
mantendo sua escala de trabalho no Hospital da Mulher Mãe Luzia, pois afirma que um cargo é temporário e ser
enfermeiro é para a vida toda.
O que é a
enfermagem para você?
“A enfermagem é uma arte que cuida das pessoas e tem
como prioridade o ser humano. Podemos ver um hospital funcionando sem um médico
de uma área específica, mas nunca sem enfermagem porque ela é a maior força e
indispensável ao serviço de saúde. É um ofício do qual tenho muito orgulho e me
satisfaz, é parte da minha vida, me faz sentir mais útil no mundo. Entendo hoje
que não estamos aqui a passeio, temos a missão de cuidar do ser humano quando
ele mais precisa no momento de extrema dor”.
O que faz de
alguém um bom enfermeiro?
“Um bom enfermeiro á aquele que interage com a equipe
multidisciplinar, e é respeitado pela população mostrando seu valor mesmo nos
períodos de dificuldades mesmo diante das crises. Lembrando que a enfermagem
surgiu em período de guerra, por isso a enfermagem precisa lhe dar com
conflitos, dentro de um sistema de saúde que todos nós sabemos que tem suas
debilidades, mas também tem suas soluções. Cabe sempre a nós enfermeiros buscar
essas soluções e, quando elas não aparecem, lutar por elas”.
Qual momento
na enfermagem você não esquece?
“Lembro de uma situação que estávamos em um município
do interior do Estado bem distante, e uma criança precisava de uma transfusão
de sangue do tipo A+, o mesmo tipo do meu. Era um caso grave, que não havia
tempo de vir até a capital, e acabou que a criança recebeu o meu sangue e ela foi
salva graças aquele gesto. Isso me marcou para resto da minha vida e me fez
entender que estamos aqui com uma missão, um dever de cuidar das pessoas,
independente da raça, condição social, sexo ou qualquer coisa, apenas cuidar do
ser humano como missão e dever”.
Ronaldo
Sarges
Uma história de 19 anos de dedicação a profissão, hoje como enfermeiro
obstetra, Ronaldo Sarges, que atua no Hospital da Mulher Mãe Luzia, relatou sua paixão pelo ato de cuidar, e
afirma que a enfermagem é tudo que sempre desejou em desenvolver pelo ser
humano. Seguir esta profissão é olhar as pessoas como pessoas.
O que é enfermagem para você?
"É a minha profissão, eu
sou apaixonado pelo que eu faço. Ser enfermeiro e particularmente ser
enfermeiro obstetra é a essência de tudo, pois trabalhar com a obstetrícia, é
trabalhar com o parto, com o nascimento. Fazer com que a mulher no momento do
nascimento, ela esteja livre e segura,
para dá a luz a uma nova vida.
O que faz de alguém um bom enfermeiro?
"Acho que qualquer profissão precisa ter vocação. Se você exerce
uma profissão sem ter paixão por ela, seja qual for a profissão, você não vai
ter êxito, vai ser um profissional que não se destaca. O profissional tem que
ter vocação, sabe o que ele ta fazendo, logo o sucesso vem até ele. Eu não vou
fazer uma profissão sem atingir o sucesso, então você tem que amar, gostar do
que faz, porque o sucesso e o
reconhecimento vem de tabela".
Qual momento da enfermagem você não
esquece?
"Na
verdade não existe um só momento, pois lidamos com vida o tempo todo, para mim,
todo momento é valioso, principalmente quando nasce uma criança saudável, sem
risco de morte. Isso me motiva e faz a diferença no meu trabalho"
Elizabeth Amaral
A
enfermeira Elizabeth Amaral, coordenadora de enfermagem do Hospital de Clínicas
Alberto Lima tem 27 anos de trabalhos dedicados ao Amapá. Quando chegou as terras Tucujus em meados de
1997 para trabalhar na extinta ICOMI, não imaginava o longo caminho que iria
percorrer nos maiores hospitais Estado. Já foi coordenadora no Hospital de
Emergência por duas vezes, no Hospital da Criança e do Adolescente, e agora
contribui com sua experiência chefiando a equipe do maior Hospital do Estado, o
HCAL.
O que é ser enfermeira para você?
“A
enfermagem para mim significa muito, porque é uma profissão que lida com a qualidade
de vida da família, da população e não somente com a doença. A enfermagem atua
na prevenção, na promoção e na assistência. É uma profissão que eu gosto muito.
O que faz de
alguém um bom enfermeiro?
Você
tem que gostar daquilo que faz porque lidamos com idoso, com criança, e com doenças.
Quando dou aula, pergunto aos meus alunos de enfermagem: Porque vocês estão aqui?
Porque o campo de atuação é amplo? Isso não basta!
Há
duas formas de atuação na enfermagem: Por amor e com amor.
Quando
você diz que vai atuar por amor ao ser humano, você vai prestar uma
assistência com amor, aquela pessoa que está precisando de você receberá
esse sentimento e se sentirá melhor.
Qual momento
na enfermagem você não esquece?
“Teve um dia em que fui à missa, e na hora em que os fiéis cumprimentam uns aos
outros, na “Paz do Senhor”, uma senhora que eu não conhecia veio me
cumprimentar e disse: [a senhora não se lembra de mim, mas eu lembro muito bem
de você. Quando a senhora trabalhava no Pronto Socorro e meu filho estava
internado na UTI, você fez de tudo para salvá-lo. Eu perdi meu filho, mas eu me
lembro que a senhora não poupou esforços para salvar a vida dele]. Isso me
marcou demais e tenho muito orgulho de ter feito tudo o que pude para salvar,
não só a vida daquele rapaz, mas de todos os pacientes que atendo, sempre com
amor”.
Parabéns a
todos os Enfermeiros do Amapá.