A desigualdade de gênero contribui para a disseminação do HIV. Ela pode aumentar as taxas de infecção e reduzir a capacidade de mulheres e meninas para lidar com a epidemia. Muitas vezes, as mulheres têm menos informação sobre o HIV e menos recursos para tomar medidas preventivas. Elas enfrentam barreiras para a negociação do sexo seguro, por causa da dinâmica de poder desigual com os homens. A violência sexual, uma violação generalizada dos direitos das mulheres, agrava o risco de transmissão do HIV. Evidências sugerem que o casamento pode ser um importante fator de risco, especialmente para as mulheres jovens e meninas.
Muitas mulheres que vivem com HIV
lutam contra o estigma e a exclusão, agravadas pela falta de direitos. As
mulheres viúvas por AIDS ou que vivem com o HIV podem enfrentar disputas de
propriedade, agravadas pelo acesso limitado à justiça para defender os seus
direitos. Independentemente de saber se elas mesmas estão vivendo com o HIV, as
mulheres geralmente assumem uma carga desproporcional de cuidados para os
outros que estão doentes ou morrendo em consequência de complicações
relacionadas à AIDS, além de em geral assumir os órfãos deixados para trás. Um
quadro que acaba por reduzir as perspectivas de educação e emprego e aumentar a
marginalização.
Nosso trabalho
Segundo dados do Governo Federal,
estima-se que mais de 630 mil pessoas vivam com HIV/Aids no Brasil. A cada 5
minutos, uma mulher é agredida no país; a cada 2 horas, uma mulher é
assassinada. Em 80% dos casos, o agressor é o marido, companheiro ou namorado.
O eixo Violência e HIV, segunda edição da campanha Mulheres e Direitos no
Brasil, é o resultado de uma parceria entre a UNAIDS – Programa Conjunto das
Nações Unidas sobre HIV/ Aids, a União Europeia, o UNFPA – Fundo de População
das Nações Unidas, e a ONU Mulheres – a Entidade das Nações Unidas para a
Igualdade de Gênero e o Empoderamento das Mulheres.
Com o objetivo principal de
contribuir para a conscientização da população brasileira sobre redução da
violência contra a mulher, promoção da equidade de gênero e da saúde feminina,
a campanha conta com uma serie de produtos de divulgação: spots de rádio,
folder, DVDs, painéis de pano e filmes para TV. O material está disponível em
português, inglês, espanhol e, pela primeira vez, também em tikuna – idioma
indígena falado por mais de 30 mil pessoas no Brasil.
Um estudo realizado pela iniciativa
Amazonaids, iniciativa da ONU e governo brasileiro, na área indígena do Alto
Solimões e Vale do Javari examinou mais de 20 mil indígenas. Foi encontrada uma
taxa de prevalência de sífilis de 2,3% e de HIV de 0,13%. (Fonte)